Era o meu aniversário e, como tantos outros anos para mim seria mais um dia para pensar em todas as coisas que tenho realizado, por fazer o que é certo por mim e pelos outros, também... tentei distrair os meus pensamentos na campanha que íamos ter no dia a seguir, ir ao canil buscar o nosso Benny, enfim, mais um dia como tantos outros...
Centro da Amadora, 11 horas da manhã, um trânsito horrível, os "apressados" do costume e, mesmo no separador central um animal de porte médio, um Boxer estendido no chão, levantou a cabecinha e o meu coração disparou, batia tão forte que quase me sufocava, tinha que fazer alguma coisa...uma menina com alguma idade, um olhar muito cansado, desesperado, perdida de tudo e de todos, só havia uma solução, protegê-la. Uma hora de sofrimento, tirá-la dali foi uma aflição, nem uma alma caridosa me perguntou se precisava de ajuda, claro que precisava...enfim, lá fui eu a correr para o vet e, lá estava o Dr.º Hugo, como sempre pronto a ajudar.
A nossa menina ficou em observação, recusou comer e, nem água bebeu.
Agora que estava protegida era necessário começar a agir depressa, alguém podia estar a sofrer com a falta desta menina, sim.... porque para mim, eu queria acreditar que não estava abandonada, tinha uma família que a adorava, amor e muito carinho.
Era a prenda de anos que eu mais queria e, só pedia a Deus que me me ajudasse.
E Deus ajuda, basta acreditar e não perder a esperança, os donos da nossa Betty foram localizados à noite, desse mesmo dia, obrigado por esta prenda de anos.
"A cada dia que vivo, mais me convenço de que o desperdício da vida está no amor que não damos, nas forças que não usamos, na prudência egoísta que nada arrisca, e que, esquivando-se do sofrimento, perdemos também a felicidade. A dor é inevitável. O sofrimento é opcional" (excerto de Carlos Drummond de Andrade)
1 comentário:
Costumo acorrer da mesma forma cada vez que vejo um animal a precisar de ajuda, nem penso duas vezes, apenas ajo.
por vezes (a maioria delas) as necessidades do animal supera as minhas capacidades, mas eu esforço-me e luto para conseguir continuar a combater a triste realidade dos maus tratos e abandono.
Tornei-me conhecida na zona onde pertenço por isso mesmo e algumas pessoas já me procuram por essa mesma razão...
Foi assim que conheci a ama animal. Um simples contacto e fiz uma vez família de acolhimento para uns gatitos.
No dia em que mos foram entregar, viram o meu boxer deitado no sofá a morrer e o nosso desespero em não poder fazer nada porque os tratamentos do veterinário não estavam a resultar.andávamos a ser enganados por um carniceiro!
Foi a Sónia da Ama animal que foi conosco e com o nosso menino ao Doutor Hugo e só temos que agradecer pois graças a todos hoje o nosso Nero está saudável e entre nós.
Esta história desta boxer fez-me lembrar o meu cão, porque é muito parecida com ele, porque foi ajudada pelas mesmas pessoas e pelo mesmo médico.
Um obrigado a todos!
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